quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jeff Buckley FAIL

Um típico dia de ida ao trabalho.
Sentei na lotação que faz o percurso do bairro ao metrô- ou seja, 90% das pessoas moram lá no meu bairro mesmo. O bairro que tem um pocket baile funk na avenida, em frete a uma administradora fechada. O bairro onde os carros passam rebaixados com funk ou techno no último volume.
Até que não é tão subestismavel quanto parece. Já desliguei o som porque o vizinho ouvia U2. na rua paralela, uma banda sempre fazia ensaios de músicas boas, embora eles já tenham se mduado. Eu sempre gostava de adivinhar as músicas que eles estavam esnaiando, já que a casa era um pouco distante.
Ainda assim, certas situações são...hmm... peculiares.
Como eu estava dizendo, estava indo para o metrô, quando um cara sentou do meu lado. Ok.
De repente, comecei a ouvir um som familiar. Eu estava ouvindo Jeff Buckley? Sério?
Como passei quase três dias sem dormir, pensei: estou delirando. Ninguém escuta Jeff Buckley in this town, exceto por minha pessoa, cinco pássaros e três cachorros.
Ou era O Enviado.
Ou o Apocalipse.
Só mais alguns minutos e eu coloquei minha cabeça no lugar- o som estava saindo de dentro da minha bolsa. Era meu celular, que deu play sozinho e estava com o fone desconectado.
Não foi dessa vez.
Fail.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Nem 5 minutos guardados...

Uma noite de céu limpo, muitas luzes iluminando uma rua talvez cheia, talvez vazia. Nenhuma preocupação, além de girar, dançar e cantar:
"É sempre carnaval no Brasil..."

domingo, 18 de outubro de 2009

Oktoberfest



Da sexta, às 23h, até terça, 1h30, rolou um compacto de excessos.
Foram cerca de 4 litros de cerveja, entre compradas e gentilmente doadas de caneca a caneca. Cerveja em todas suas formas. No copo plástico, nas canecas de metal individuais, dentro de cornetas no meio de uma multidão numa tarde ensolarada. Várias latas, dentro de um mochilão, que trafega no onibus animando uma viagem de mais de 12 horas.
Afinal, era a festa da cerveja, não era?
Uma coisa que eu aprendi é que a diferença precisa ser gritante para eu notar a diferença entre marcas e tipos de cerveja. Desculpa, sempre serei leiga, mesmo provando cervejas alemãs, brasileiras, irlandesas, inglesas, de trigo ou pilsen. São só nomes. Tudo bem, uma Guinness e um chopp de vinho eu até noto. Quem curte ou quem tem um paladar menos sem noção que o meu, deve estar achando um absurdo ler isso.
Além da cerveja, também foram quatro noites viradas. Umas com direito a algumas horas de sono, outras emendadas com café da manhã e almoço.
Banho também teve suas variações- de água, de chuva, cerveja. Isso é que é excesso de banho.
Camarão também em excesso, mas ninguém deixou pra trás. Nunca tinha visto uma conta de restaurante sai por mais de R$1 mil, mas saiu.
Alguns excessos de risada com o gaucho cruzando a fronteira, a pinga do louro doido e uma jogatina das 15h a 0h.
Essa foi a Oktoberfest.Agora é só esperar Outubro e Novembro voarem, o mais rápido possivel.


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aleatorio e sobre nada

É quase 1 da manhã. Uma pessoa sã estaria dormindo essa hora. Eu não.
Sinto falta pra caramba de escrever. Principalmente aqui, mas também e-mail para alguns amigos, até conversas horas a fio via MSN. São coisas pequenas que faziam parte da minha rotina e hoje estão um pouco de lado. Quando eu abro o blog, geralmente escrevo sobre coisas menos pessoais, ou quando pessoais, que sejam engraçadas ou curiosas. Hoje não. Tô afim de descorrer um "querido diário" aqui.
A greve dos bancos está um saco. De verdade. Ser um dos poucos trabalhando quando tudo para é levar o peso sozinho nas costas, e não é facil. Pior é saber que os dois lados tem seus fundamentos para reclamar. Consigo pensar como cliente e como funcionária, e vou dizer uma coisa: cansa. Cansa saber que há razão para protestar como funcionária e razão para reclamar como cliente, mas ainda assim, é como estar de braços atados. Um dia estendo comentários, mas realmente vai ficar pra próxima.
O TCC é um saco. Tira sono, sequestra a mente e a tranca a 7 mil chaves. Sou refém. Concluir será um alivio, ainda que sempre tenha o apego da vitima com o sequestrador.
Escapar de uma semana dessa ilesa é praticamente uma vitória. Me sinto merecedora de qualquer coisa- desde um chocolate, uma batata frita, até uma viagem, uma roupa, uma volta que seja. É bom respirar de vez enquando.
Então pintei as unhas de Gabrielle (aos leigos, esmalte vermelho), fiz minhas malas e espero só por mais um dia de trabalho para zarpar para Blumenau- Oktoberfest.
Deve ser putaria, deve só dar argentino e paulistano, deve dar gente bebada, deve esfriar, cair o mundo e chover canivetes. Mas quem se importa? Depois de aturar tudo que já aturei, que chova sapos. E que venha o final de semana.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ela disse adeus

Um dia ela se cansou. As pessoas mentiam demais- diziam que era para sempre, mas partiam. Diziam que da proxima vez seria, mas todas proximas vezes passavam, e nada se cumpria.
Abriu as portas do seu armário, suspirou profundamente olhando para tudo aquilo. Era muita coisa para ser levada num ato de impulso. Pegou seu primeiro e segundo vestido favorito, algumas roupas intimas, uma blusa grossa (caso esfriasse), um par de meias (já calçava um), calças e blusas, e foi enfiando em sua mochila cor-de-rosa como se fechasse a vácuo. Arrastou a mochila para o banheiro e enfiou alguns pedaços de papel higienico, seu shampoo pela metade, tal como um frasco de perfume, que abriu e jogou um pouco pelo proprio corpo antes de jogar na bagagem. Suspirou de novo- aquilo cansava. Seria árdua a tarefa de deixar tudo aquilo para trás. Mas ali, pelo menos, estava tudo que ao menos em uma boa quantidade de malas, poderia levar. Mas e o resto? Os amigos, a familia- a parte que não a magoou- como ela levaria? Correu para a sala. Na ponta dos pés, pegou dois porta-retratos e arrancou as fotos de dentro. Alguém se zangaria com aquilo. Mas, quando visse que sua falta era maior que a bagunça que tinha feito, ninguém a puniria. Enfiou as fotos na bolsa, só que com mais cuidado do que teve com suas roupas. Pegou maçãs, alguns pacotes de biscoito, e montou um jantar num pote plástico, assim como vira sua mãe fazer. Isso também foi para a bolsa.
Ao chegar na porta e girar a maçaneta, se deu conta que as fotos não eram suficiente. Podia levar tudo: a mais profunda lembrança, todas as fotos da casa, mas nenhuma das pessoas. Se deu conta que poderia comprar tudo que tinha na mochila com o dinheiro que sabia que estava guardado num pote, no alto do armário- mas não podia fazer com que ninguém que a fizesse rir fosse junto, para entrete-la quando estivesse entediada. Ou coloca-la para dormir. Ou ensina-la algo a mais que ainda não conhecia.
Deu o último suspiro profundo, e decidiu que não precisava ir tão longe, e que realmente nada podia ser para sempre. Largou a mochila proxima a porta e saiu correndo para ser quarto. Pegou dois lençois grandes e coloridos e foi para a cozinha. Arrastou duas cadeiras para o fundo da casa, que tinha uma lavanderia semi-coberta, forrou um lençol no chão e o outro jogou por cima da cadeira, deixando um pequeno espaço para sair. Correu para a porta, buscou sua mochila e se instalou no que chamou de lar. Se sentia segura ali, no seu abrigo, o qual chamou de lar. E que ninguém ousasse incomoda-la, pois ela estava fora de casa, e nada provaria a ela o contrário. Mas ela sabia- sabia que se a chuva chegasse, estaria a um passo do seu abrigo concreto, que jamais caberia dentro de sua pequena mochila cor-de-rosa.
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