terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma questão de opinião

Aí eu estava lendo "O Clube do Filme", do David Gilmour, e uma entre várias partes me chamou muito atenção. Se encaixa em várias situações, muito mais com as duas seguintes:

1. Quando você acha uma música o máximo, ou um filme, e apresenta com o maior êxtase e a pessoa que escuta no máximo diz "legal" ou nem presta atenção e fala que é uma bosta. Balde frio supremo.

2. Gostos não são absolutos. Não existe "a melhor banda", "a melhor música", o maior, o menor. Existe gosto. Calha do gosto ser comum entre as pessoas e a coisa ser banalizada com "melhores" e "piores" - sim, com muitas aspas, já que acho isso baboseira. O mundo é cada um de nós. Alguém aí discorda?

Segue o trecho do livro abaixo, quando o pai (David) passa o filme "Os Reis do Ie Ie Ies", dos Beatles, para o filho de 16 anos.


Então eu disse algo que sempre tive vontade:
- Senhoras e senhores, os Beatles!
Jesse assistiu ao filme num silêncio polido e, no final, disse simplesmente:
- Horrível. - E não parou por aí. - E John Lennon é o pior de todos. - (Aqui ele imitou o jeito de Lennon com precisão surpreendente.) - Um sujeito totalmente constrangedor.
Fiquei sem palavras. A música, o filme, o visual, o estilo... Mas, acima de tudo, porra, eram os Beatles!
- Me dê licença um minuto, o.k? - eu disse.
Remexi meus CDs dos Beatles até encontrar "It's Only Love", do álbum Rubber Soul. Coloquei para tocar (chamando a atenção de Jesse com o dedo, para que não se distraísse sequer por uma fração de segundo).
- Espere, espere - eu disse entusiasmado. - Espere pelo refrão! Escute essa voz, é coisa de primeira!
Eu gritava enquanto ouvíamos a música:
- Esta não é simplesmente a melhor voz de todos os tempos da história do rock?
Quando a faixa terminou, relaxei na poltrona. Depois de uma pausa religiosa, e numa voz que tentava recuperr seu tom normal (aquela meia-oitava ainda acaba comigo), perguntei a Jesse:
- Então, o que você achou?
- Eles têm boa voz.
Boa voz?
- Mas o que você sentiu ouvindo a música? - gritei.
Olhando para mim cauteloso, com os mesmos olhos da mãe, Jesse disse:
- Honestamente?
- Honestamente.
- Nada. - Pausa. - Eu não senti absolutamente nada. - Ele colocou a mão no meu ombro, de forma consoladora. - Sinto muito, pai.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Não era amor

Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa, avariada. Eu sei, não precisa me dizer outra vez.
Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória,sem seqüelas, sem registro de ocorrência?
Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor,era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.

Martha Medeiros - Divã
(e também aqui)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

And this, my friend...


... is the world's smallest violin.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

I know it's over

"The 60's are bullshit. The 70's almost big big bullshit. 80's..I don't even need to tell you, except for The Smiths maybe. Get out of it! Just get out of it!" - Jeff Buckley.

E eu acho engraçado, embora não concorde com ele. Smiths é bem a cara do Jeff, por isso ele salva a banda do seu personal limbo. O Jeff tocou ao vivo uma música do Smiths, aliás, e se chama "I know it's over". A música, naquele naipe Morrissey de desilusão, da relação que nunca existiu, exceto pelo amor, é bem a cara do Buckley. Só prestar atenção na letra, que segue abaixo.

I Know It's Over

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed
Oh well... Enough said
I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Oh...

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See, the sea wants to take me
The knife wants to slit me
Do you think you can help me ?
Sad veiled bride, please be happy
Handsome groom, give her room
Loud, loutish lover, treat her kindly
(although she needs you
more than she loves you)
And I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
(Over, over, over)
I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said:
"If you're so funny
Then why are you on your own tonight?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight?
I know...
Because tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."

It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes strength to be gentle and kind
(Over, over, over, over)
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind
(Over, over)

Love is Natural and Real
But not for you, my love
Not tonight, my love
Love is Natural and Real
But not for such as you and I, my love

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head

Estou lendo...

Trânsito em São Paulo - metrô, ônibus, futuras barcas - serve para uma coisa: ler. Afinal, além de amaldiçoar o governo, a população e a cidade, a gente tem que fazer algo que preste (o que inclui não jogar lixo durante o percurso).
Consegui terminar de ler "O Perfume", e agora parto para "Bastardos Inglórios" que ganhei de amigo secreto. Li pouco, mas já estou amando. Tem anotações extras do Tarantino sobre os personagens e algumas cenas a mais, com mais detalhes sobre personagens e momentos.
It's Tarantino Motherfucker and I love it.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Errar é umano

Coisa de virginiano? Coisa de bitolado? Coisa de baitola?
Sei lá, coisa minha. O problema é que ODEIO quando releio algumas coisas que escrevi e acho uns erros neandertais de português (é, quando não tem a desculpa de falar que foi digitação).
Google, me adota!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carnaval Baixo Augusta


Sempre tive vontade de curtir o carnaval em Olinda. Aquelas ruas históricas, de casas antigas, sem prédios altos das grandes metrópoles. Aquele clima de diversão e de curtir a vida daqueles que estão dispostos a, pelo menos por alguns dias, deixar um pouco de lado sua vida caótica. Ou até mesmo curtir em Ouro Preto - o que quase fiz esse ano. Mas por força maior, meu carnaval será em São Paulo. Sim, São Paulo que é abandonada nessa época, a cidade que perde para o Rio nos seus desfiles e que nunca teve como ponto forte essa época do ano. Mas que existe carnaval em São Paulo existe, e eu fui atrás dele.
Descobri então que haveria o desfile de um bloco novo na Augusta, chamado não por acaso, de Baixo Augusta. Sim, a Augusta das putas, emos, punks e hypes. A Augusta que abraça o lado chique das alamedas e Oscar Freire, passa pelos botecos, atrações noturnas até o dark side do centro de São Paulo. Quem disse que paulistano não gosta de sambar? Aliás, quem disse que putas, emos, punks 'n' hypes não podem festejar o carnaval, do modo mais tipico e mais raiz da sua existência?
O Baixo Augusta teve divulgação em alguns portais, Twitter, Facebook, no site do Studio SP, que seria o galpão da festa, além de flyers em algumas lojas da região. Eu o descobri fuçando sobre carnaval de rua na cidade. Chegando domingo, dia do desfile do bloco, as ruas da região da Paulista ferveram. O pessoal descolado descolou seus enfeites e saiu pulando atrás do ritmo da sua escola, que teve Marisa Orth como rainha da bateria. No final do desfile, o baixo Augusta ficou pequeno para tanta gente. Boa parte foi embora, boa parte ficou lá pela rua mesmo, e boa parte entrou. E lá dentro a festa ferveu. Quem sabia, sambava. Quem não sabia, dançava do seu jeito, pulava, mexia dos dedos. E cantava - e muito - os moderninhos. Sim, os moderninhos que curtem o british pop, o indie rock. Aqueles das estampas de flor, xadrez e bolinha. Os das tattoos. São tão verde-e-amarelo quanto os que desfilam no Anhembi, com a diferença do estádio ser ali, no coração do seu habitat, a Augusta.
Nem parecia que era domingo. Sim, o domingo chato da macarronada, do Faustão e da depressiva e apocaliptica vinheta do Fantástico, anunciando que amanhã seria segunda. O som que ecoava dentro do Studio anunciava outra coisa: que é carnaval, e que a vida é colorida para quem quiser. E que segunda seria só mais um passo para o próximo final de semana, sempre carnaval.

São Paulo em um dia

Guia básico de uma sexta-feira a noite

Imagine que, após os quarenta e poucos dias de chuva em São Paulo, uma bela sexta-feira deu uma brecha (pelo menos ali pelos Jardins) para que algumas pessoas se divertissem - e eu estava entre elas. A odisséia começou na Paulista: para fugir do típico "minhas calças já sabem ir sozinha" O'malleys, fomos eu e D'Elia experimentar o Volt, um bar cheio de neon na Haddock Lobo. Era noite, mas cedo, e o bar estava cheio de vento e funcionários. Podiamos ter subido a rua num dos vários bares da Bela Cintra - até mesmo a típica Bela Paulista - ou no "garçom, o de sempre!" O'malleys, mas arriscamos rolar ladeira abaixo para curtir o Bar Blá, que fica próximo à várias agências de publicidade (rá!) no final da Luis Antônio. Táxi número um.
Chegando no lugar que de descontraido só tem o balãozinho que compõe o logotipo, demos de cara com high heels, muita pose e até fotográfos posicionados. Afinal, o tal do Blá já tinha recebido o Sting. Ok, vamos lá. Primeiro: lugar, só reservando. Portanto, passou por lá e resolveu entrar, um beijo e um abraço para você. Ou nem isso. Segundo: quinhentos barmen, mais de 20 minutos para trazer um drink e ainda ouvir que a sua bebida não vai rolar porque não tem licor no bar. Vamos lá: o bar que promete ser o mais badalado da cidade não tem um licor (que compõe vários drinks) em plena sexta, e ninguém é avisado. Ah, e um detalhe (recomendação de um dos funcionários): atenção ao cardápio, tem um com o menu errado. Bom, preza mais uma bela pose do que um bom atendimento, sirva-se e volte sempre. Como não somos o target, botamos o pé na estrada pela segunda vez. Táxi número dois.
Mais abaixo, lá para Itaim, entramos no São Pedro São Paulo, para tomar aquele choque legal de que existe (e muito) lugar bom na cidade. Uma pena que não tinha mesas do lado de fora. Não ficamos, não pagamos e, ainda assim, fomos super bem atendidas. Táxi número três.
Renata queria mais Itaim. E queria mais Paulista. Afinal, quanto mais centro melhor, já que a escrava aqui iria trabalhar no dia seguinte bem cedo. Subimos então para o ponto de saida: Bela Cintra. Entramos então no Exquisito, que não tinha mesa mas parecia bem aconchegante. Ah, lar doce lar... tacos e outras cositas mais, no balcão do bar mesmo, já foi o suficiente para a gente se tocar que era para ter ido ali desde o começo. Comida boa, bebida boa e atendimento super rápido e organizado - fica a dica. E com aquele mix de gente que um tipico paulistano aprecia.
E para fechar a noite, o táxi número quatro. Porque happy hour que se preze é em sete ambientes diferentes.

Me gusta Marguerita

Obama nas alturas

“Takes a second for your world to change
Sucks you in and spits you out again
Throws you down and picks you up again”
INXS- We are thrown together

Se os EUA pudesse ganhar um apelido, seria o de drama queen. Um exemplo disso são as produções hollywoodianas de catátrofes, que sempre tem como cenário alguma cidade norte-americana. Depois do ataque terrorista às torres gêmeas – muito mais real que os cogitaveis finais do mundo novaiorquino – o país passou a viver no medo, apesar de toda sua fortaleza perante o mundo. Ganhou um presidente que conseguiu o ódio até de quem não era conhecido de nenhum dos milhares que morreram na guerra graças à ele. O país precisava ser salvo, precisava de uma figura heróica além das telas do cinema. Alguém de carne, osso e identidade.
Eis que surge o seu candidato perfeito: um cidadão negro, que começou belamente sua campanha na internet e ganhou a simpatia de todos, com a palavra-chave que o país tanto precisava: esperança. E foi essa tal de esperança que foi depositada, com toda sa força, nas costas do homem que ganhou a presidência dos EUA, Barack Obama. Ele não tinha apenas o EUA – ele tinha o mundo. Os jovens que reclavam de nostalgia do que nunca viveram, a respeito de acontecimentos históricos, viu a ascenção de Obama por todos os meios de comunicação possiveis. Bastava sair de casa, e alguém na rua, do país que fosse, saia com uma blusa, ou um pequeno button, com o bordão do atual presidente: yes, we can.
E então, o homem que foi escolhido como a esperança dos EUA, agora enfrenta o maior índice de desaprovação entre os últimos presidentes país – mais da metade dos pesquisados estão insatisfeitos. Culpa dele? Mesmo?
Será que a culpa de tanta frustração não está nos próprios eleitores, que compraram o produto acreditanto piamente na propaganda? Muita expectativa além da realidade. Seus pés não tocaram o chão.
Além da propaganda do próprio Obama, a mídia também comprou seu heroismo antes da hora, obviamente para lucrar. Textos legais, o comparativo do histórico dos últimos anos, da era Bush, com um futuro prometido, lindo, que no entando nem prova tinha de que iria acontecer. Como exemplo está a revista Exame, que colocou recentemente Obama como sexto colocado dos dez maiores lideres, lembrando que, na próxima seleção, Obama provavelmente nem entraria na lista.
E o prêmio Nobel da Paz? Algum fã de Jack Bauer achou que Obama era David Palmer e, na certeza de que ele era o Enviado, não pensou duas vezes. Não apurou o que ele havia feito, e sim o que representava, e não pensou duas vezes. Nem uma única vez, talvez. Deixou o Google fazer a vez.
E então, qual é o futuro do presidente dos EUA? Já foi elevado e trazido àbaixo pelas mesmas pessoas e meios. Mas isso foi só o primeiro ano. Imagine os próximos…

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Diálogos - 500 dias com ela

Tom: She threw a giant shit on my face. Literally.
Alison: Literally?
Tom: No! Not literally. That's disgusting. Geez, what's the matter with you?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Histórias da cadeira colorida

Situação 1:

Um ônibus vazio à tarde. Um garoto senta num banco que, na ausência das pessoas para qual é reservado, o assento é livre.
- Dá licença? - chega uma senhora de idade.
- Desculpa?
- Tem como você sair? Esse lugar é meu.
- Senhora, o ônibus está vazio.
- Eu sei, mas esse lugar é meu.

Situação 2:

Um ônibus com as cadeiras da parte da frente todas ocupadas. Uma senhora de idade põe sua sacola no chão e segura no varão do banco a sua frente.
- Nem vem que eu não vou levantar. E estou cansada, a senhora pode procurar outro lugar que eu não vou levantar daqui - disse a jovem sentada na cadeira.
- Tudo bem, filha. Eu não disse nada.
- Então ótimo - a jovem voltou a colocar o fone do ouvido e apoiar a cabeça no vidro do ônibus.

As situações são fatos, por mais estranho que pareça. E eu sempre que uso transporte público me surpreendo sobre o mito do banco cinza, amarelo, ou seja lá que cor for, reservado para gestantes, idosos, pessoas com deficiência ou com criança de colo. Se a lei foi criada, é porque todas essas pessoas já sofreram muito desrespeito nesses lugares. O que eu acho engraçado é que o único crucificado da história é o mané que finge um cochilo quando chega alguém que está no direito de usar o seu lugar. E quem está do lado? Está faltando eu ouvir de alguém "ah, desculpa, mas não vou levantar porque a lei não exige". É questão de respeito. É questão de bom senso, de se imaginar naquela situação. Existe gente mal educada, que não agradece, que é rude? Sim. E é dificil lidar. Mas se fossemos pensar assim jogariamos todas as minimas cordialidades para o alto por causa de um ou outro que não a usam.
Tem um banco de uso especial livre? Ninguém nas condições da lei está ali par usa-lo? Use, qual é o problema? Mas sempre lembre-se que o mais improtante é, independente de onde estiver sentado, que você pode ser o primeiro a se levar e ceder o lugar, e não esperar que o babaca que finge a própria morte se toque e levante. Afinal, é por causa de pessoas como ele que existe essa lei. E pode ser por sua causa que muitas outras coisas desnecessárias possam nem começar a exisitir.

Chove, chuva

Querenta dias descontrolados de chuva intensa na maior metrópole brasileira. Haja balde para as goteiras da casa, e haja buraco para entrar tanta água. E que haja buraco sim, porque qualquer dia desses, quando o despertador tocar e a gente acordar, vai sentir o corpo flutuando em cima do colchão, provavelmente do lado do colchão do vizinho umas dez ruas abaixo.
Será que o mundo inclinou? Será que alguém chorou? Haja coração partido para tanta água escorrer assim!
Talvez seja melhor aceitar. Navegar pelas águas venezianas, remando, remando... e pedir a mão da bela moça em namoro, ou em casamento (quem sabe isso não acalmaria o aguaceiro?) Ou dançar na chuva, com um guarda-chuva, fechar os olhos, abrir, ver o mundo em preto-e-branco só para entrar no clima, rodar num poste, pisar alegremente nas poças d'água. Ou beijar na chuva. Ou chorar na chuva -- afinal, poderia negar até a morte que eram lágrimas, se quiser.
Chove, chuva. A vida continua -- pode me molhar.
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