quarta-feira, 30 de março de 2011

Welcome to my limbo

Como dizem os sábios, aproveite enquanto está na faculdade para conseguir o passo inicial para sua carreira - o estágio. Claro, isso se você não tiver o famoso network em nenhuma empresa. Caso contrário, caia no limbo.
A explicação é simples: você se forma e não tem experiência na área. A grande maioria dos empregos exigem experiência, nem que seja 6 meses. Então você pensa: vou tentar uma vaga, nem que seja empresa pequena, nem que pague pouco. Consigo a experiência e parto para algo melhor.
Então chega essa oportunidade - a empresa pequena que paga mal. As outras pessoas que fazem a entrevista estão na mesma condição ou abaixo - as vezes sem formação superior ou sem uma segunda língua. O emprego é seu? Negativo. Você, meu amigo, está no limbo: não é bom para uma empresa significante por não ter experiência, nem para a empresa pequena porque tem muitas qualificações, e não duraria muito - treinamento, tempo perdido.
Limbo.
Exatamente onde estou agora.

terça-feira, 29 de março de 2011

Memórias da Austrália


Sydney - albergues, alemães e muita, muita caminhada

O namorado australiano me deixou correndo no aeroporto de Brisbane, onde eu embarcaria para Sydney. O peso na consciência foi tanto que ele me mandou uma mensagem, antes de eu fazer o check in, avisando que se eu tivesse perdido o voo por sua causa, ele mandaria o número do seu cartão para pagar uma nova passagem. Amável... e exagerado. O horário deu de sobra até para bater um papo com o Brasil enquanto meu avião não saia.
Quando cheguei em Sydney acabei esperando horas pelo transporte para o hostel (albergue) onde eu ficaria. Mas era grátis (caso contrário, AUD$20 para o centro de ônibus), então insisti. Eu havia escolhido um albergue no bairro de Kings Cross.


Uma pausa para Kings Cross...


Quando avisei um amigo de Sydney que iria para lá, ele já me alertou: o bairro é considerado o red district de Sydney. Ou seja - prostitutas, drogas, strip clubs mas também muitas baladas e vida agitada a noite. Outro me falou que a receita era só não encarar ninguém nem dar bola. Ou seja, eu estava na Augusta australiana. Chegando lá, conheci Kings de cabo a rabo, noite e dia. Sim, é um climão mesmo de coexistência, digamos assim, mas adorei. Tem uma "one dollar shop" que vende umas coisas super baratas, mais baratas que em Brisbane. Vários restaurantes, Mc Donald's onde dava para acessar internet de graça, baladas ex-bordel, bodeis e muito mais.

Voltando à recepção...


Fui atendida por uma moça do cabelo de arco-íris. Me deu os lençois de cama, a chave e me mostrou como tudo funcionava. Havia uma sala comunitária para a galera ver tv, uns sofás gostosos até para dormir, jogos e livros, e logo atrás o refeitório e cozinha. Subindo as escadas tem o primeiro andar de quartos, e após o segundo andar de quartos, o rooftop onde rolava churrasco e umas festinhas do próprio albergue. Escolhi um quarto misto para seis pessoas, mas de cara só tinha meninas. Uma era britânica, morava lá há três meses (!) porque conheceu o namorado lá mesmo, e não tinha coragem de sair de lá para viverem os dois juntos, nem de mudar e deixa-lo lá. Sim, pessoas MORAM em albergues, por um preço mais bacana.



E os alemães...

Conheci então duas alemãs muito fofas, com as quais dividi o quarto - dividimos uma caixa de vinho, fomos à balada e conhecemos mais alemães no hostel. Costume de brasileiro medroso (ou precavido), deixava sempre minhas coisas dentro da mala. "Está indo embora amanhã?", elas perguntavam quando viam minha cama arrumada. Quando respondia que não, elas riam "bagunça essa cama, fico me sentindo mal desse jeito". Prefiro nem comentar as condições da cama delas. Fora duas alemãs que foram embora no dia que eu cheguei - deixaram miojos, prendedores de varal, shampoo, cremes, tudo lá. Ah, fora vários livros alemães que achei num saco de lixo temporário que tinha no quarto - lixo de gente que vai e esquece, ou não pode levar. Mais do que interessante...





Os alemães são uma graça. Fiquei tão empolgada - e eles também - que fomos parar num restaurante alemão em Sydney, lá perto do Opera House. Nem preciso dizer o quanto era caro, né? Os alemães se chocaram com o preço (me senti menos mendiga hahahaha) e então pedimos só algumas coisas para beliscar e uma cerveja com manga. A coisa mais gostosa que tem! Na volta passamos na Costume House em Sydney, e uma das alemãs nos mostrou a suástica do nazismo no chão do lugar. Um local do governo! Claro que a gente sabe que a suástica já exisitia antes do nazismo, mas oi, que falta de tato deixar aquilo ali ainda (não uma, várias). Imagina se não rolou piada entre os próprios alemães? "Tira uma foto mesmo, aí a gente mostra 'nossa, a Austrália, que preconceituosa!'"
E um alemão zoando o outro? Um deles era da Alemanha Ocidental, outro da Oriental, e para ter certeza que eu entendesse o motivo da brincadeira, me perguntaram se eu conhecia a história das duas Alemanhas.Um jogando na cara do outro quem pagava o imposto de quem e porquê. Depois um deles disse que, quando fosse embora, levaria feijão preto. "Tem feijão preto na Alemanha", insistiu uma das meninas. "Acho que ainda não chegou lá do seu lado, então", emendou. Ri muito com eles. Aproveitei até umas palavras que ainda sei falar em alemão para zoar um suiço, que pronuncia as palavras diferente.

Uma australiana muito louca...

Fomos à duas baladas. A primeira na rua principal de Kings Cross, que deu na cara que era um bordel há pouco tempo. A decoração não negava. No meu último dia fomos num bar bem legal, onde ganhamos bebida por causa do albergue. Quando comprei uma cerveja, o suiço olhou e perguntou se eu tinha comprado cerveja. Quando disse que sim, ele respondeu que achou estranho, porque cerveja geralmente não é "coisa de menina" hahahaha! Nessa noite fomos com nossa nova colega de quarto - uma australiana virada no Jiraya. Ela encurtou a roupa de malha no corpo e começou a dançar de uma forma que não tinha como ninguém reparar. Fiquei com vergonha de dançar do lado dela porque não estava no clima. Ela dançava bem, mas muito "strip club style". Uma hora se jogou no colo de um dos meninos e dançou para ele - nem preciso dizer que ele ficou morrendo de vergonha. E a gente também. O suiço, muito engraçado, perguntou se eu entendia espanhol. "Esta chica es loca, ahn?" hahahaha. Disse que estava falando espanhol para ela não notar. Quando finalizamos a noite, ela confessou que ela fazia pole dance profissionalmente e arriscou dar umas aulinhas para os meninos usando aqueles ferros com a placa da rua para dançar. Uma daquelas cenas que a gente nunca esquece, entre muitas....

Caminhada...

Kings Cross fica lááá em cimão - o centro fica ladeira abaixo, e haja fôlego. Antes do fôlego coloquei minha vontade de sair o tempo todo, então o resultado veio depois.
Fui para o centro, depois andei de ferry pelo rio, passando debaixo da Harbour Bridge e ao lado do Opera House. Bairros e lugares percorridos:

Woolloomooloo - valeu pela foto! Tem uma rua inteira de carros estacionados à venda, no meio da semana. Dizem não ser um dos melhores bairros à noite - tem atendimento comunitário, moradia para sem tetos. Passei de dia.

Paddington - lugar onde as celebridades fazem compras. Uma rua enorme cheia de lojas, e sempre você tem a impressão de que passou por alguém famoso. Vai saber... Em Paddington também tem a Oxford Street, a rua gay da cidade, que é considerada gay friendly. Lojas, restaurantes, as pessoas que frequentam, bandeiras do movimento. Bem legal. No meio da rua tem uma obra- uma parede (foto) com vários desabafos de gays e simpatizantes em azulejos.



Darling Harbour - o "outro lado", ponto final de uma das ferry boats que sai lá do centrão de Sydney. Muita ladeira, mas um bairro simpático. Fui comer num lugar que vendia iscas de frango empanadas com fritas (hmmm) mas não aceitava cartão. E para achar um banco do meu? Andei, para variar um pouquinho.


Bondi Beache Bondi Junction - Bondi Beach é a praia que mais bomba em Sydney. Surfistas, turistas, tudo, lotada. O mar é lindo. No dia comi uma bandeja de frutos do mar - a entrada parece uma peixaria, no fundo é uma lanchonete. Amei! Bondi Junction fica mais pra cima, onde se concentra uma porrada de lojas, shopping e tudo mais. Uma boa pras compras, embora eu ainda tenha me familiarizado mais com o centro de Sydney.


Rose Bay (foto) - me apaixonei. Casas trilionárias, com pequenas praias escondidas do grande público, de dificil acesso. Parece até particular das casinhas humildes por lá, mas não são.

Double Bay - também uma delicia, calmo, casas lindas e... o hotel onde o Michael Hutchence morreu. Estranho ver um cenário tão pesado dentro de tanta calmaria. (O hotel está interditado, pronto para ser demolido, mas a sacada do quarto está do mesmo jeito que foi mostrado na TV em 1997)

Ultimo - nada de especial, mas é um bairro gostoso para caminhar.


Haymarket (foto)- centrão, oh delicia! Muitas lojas, vários pubs, comida de todo tipo, ruas rock 'n' roll, chinatown, Hyde Park e tudo mais. E daí no meio de tudo aquilo, descendo uma escadinha... o rio de Sydney.


Newtown - Hippie, tem até loja com roupas feitas de maconha, uma graça. Para uma caminhada num bairro mais alternativo, vale muito a pena. Apenas saiba pegar trem, e não faça como eu que peguei duas vezes o trêm que passou direto pela estação do bairro.

O rio de Sydney...


Lembro ter comparado Sydney com São Paulo. É comparável por ser cidade grande, fugir um pouco do controle, das regras, e ser menos certinha como uma Brisbane da vida. Mas no segundo dia na cidade, quando mudei meu caminho e resolvi descer uma escadinha no meio de uma avenida enorme, descobri o paraíso: o rio que corta Sydney. Lá fica os mini cruzeiros e o cartão postal da cidade, o Opera House. A visão é deslumbrante. Passei de manhã, de tarde, de noite, e não dá para cansar de olhar. Durante o dia várias pessoas tentam ganhar atenção e dinheiro ao redor do rio - cantando, dançando, tocando, ou parado. O cara que se fantasiou de cavalo e ficou parado, esperando por trocados, me comoveu. É ter muita esperança na vida.


Resultado

Nunca andei tanto na vida - essa é uma das vantagens de ir sozinha viajar. O problema é que meu pé direito ficou moido, fazendo barulho de porta enferrujada. Nunca senti tanta dor num pé. Pior é que ainda tinha Melbourne pela frente. Grande parte do percurso em Sydney foi feito de sandália de dedo Ipanema (olha o merchan), que me aguentou e me levou pra muito lugar. Ah, se essa sandália falasse...

Sydney is...

...the place to be! Amei morar em Brisbane - faria tudo de novo se "tivesse como voltar atrás", mas sendo uma futura segunda chance, escolheria Sydney. Cidade grande, com a troca que a gente meio que já tem em São Paulo: embora mais agitada, mais chance de encontrar transito, mendigos e pessoas menos educadas, transporte mais caro sem "bilhete único", mais violência (não que eu tenha visto, mas...), temos em troca muitos mais serviços, lojas mais baratas que Brisbane (sim! apesas do papo da cidade grande ser mais cara, achei souvenirs, frutas e legumes BEM mais baratos), mais opção pra balada, restaurante, lugares para passear, praias (praias lindas!) e muito mais. Não é a toa que Sydney é uma das mega cidades do mundo, junto a Nova York e Londres por exemplo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Cover

Adoro aquela música Route 66, que não é do Depeche Mode. E “You’ve Got The Love”, que não foi escrita por Florence nem sua machine. Na verdade, em geral, eu gosto muito de músicas cover – acho que desperta interesse da nova geração – da velha, por que não – para músicos históricos, de um sucesso só ou de muitos, e conecta vários gêneros, épocas, mundos.

Pensei nisso ouvindo há pouco a versão do Vanguart para uma música do Dorival Caymmi, “O Mar”. Confesso, sem nenhum orgulho, que não sou uma pessoa muito por dentro da música popular brasileira, embora possa afirmar que há muita coisa boa do passado e do presente do nosso país. Resolvi então listar algumas regravações que me chamaram atenção – o outro lado da música.

1. Vanguart – O Mar

Como eu disse, foi a última versão cover que ouvi e gostei bastante. Vale dizer aqui que eu conheço Vanguart tão bem quanto Dorival – quase nada. Curioso.

2. O Rappa e Marcelo D2 – Hey Joe

Já gostei mais, tanto do Rappa quanto do Marcelo D2, mas sempre que começa Hey Joe na rádio eu penso “já deu… mas é muito bom”. Daí deixo rolar. Acho que foi uma versão muito feliz da música do Jimmy Hendrix, mestre dos mestres do rock. A letra ficou ótima, bem como a conversão do ritmo. Sem mais.

3. Tantra – Tropicália

Essa é da minha época de MTV, quando alienadamente nem sabia de quem era a música pensava “Caetano, sai daí, meu!”
Sempre é bom retormar essa época genial da música e dos movimentos politicos no país. E o Tantra fez isso bem, pesando numa versão mais rock ‘n’ roll de “Tropicália”. Uma pena que a banda não existe mais,

4. Travis – Hit me Baby One More Time

Quando fui no show do Bon Jovi, na Austrália, a banda que abriu era local, vencedora de uma competição na rádio para fazer o show. Eles tocaram “Dynamite”, uma música eletrônica que ainda está na parada, mas numa versão rock, onde todos arranjos eletrônicos foram substituidos por uma boa guitarra. Foi genial. Até porque o que mais vemos são músicas boas serem estripadas nas pistas como eletrônicas (Smells Like Teen Spirit e Walk the Line são exemplos de chorar). O oposto se mostra melhor, obrigado. Então surgiu, por exemplo, Travis cantando um clássico da Britney Spears. Podia ser cômico se não fosse tão legal.

5. Jeff Buckley – Hallelujah



Leonard Cohen tem seus créditos de autor, mas não tirem nunca o espirito de Jeff Buckley dessa música. Foi feita para ele, e para nossa sorte, música e cantor se encontraram. Amém.

6. Florence & The Machine – You’ve Got the Love

Após ouvir Florence, até Joss Stone soa fraco para a versão dessa música de 1986. Os arranjos da banda dá o toque e a graça que a música precisava – ressuscitou, e muito bem.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Mais música, por favor

Eu gostaria de ter a oportunidade de perguntar ao Bono como ele ainda aguenta tocar Sunday Bloody Sunday, With or Without You ou Pride. Obviamente ele me falaria que é o amor, e que tem gente sofrendo por aí, e enfiaria o conflito do Oriente Médio no meio... então, desisti. Prefiro me limitar a uma básica tietagem de fã do velho irlandês que um dia foi devasso, mas agora não consegue se livrar disso, ou ao menos faze-lo com muito sarcasmo, como antigamente. Ah, aquela ligação para o Bill Clinton... que saudades. “You can call me Betty”, disse o Bono na época que o americano era presidente. E hoje, nem as piadas sobraram.

A nova turnê começou bem, e foi sofrendo alterações de chorar. The Unforgetable Fire foi colocada para alegria de todos, até que o Bono foi cagando na letra, esquecendo e... pronto, fora do set list. O trio fantástico – Sunday Bloody Sunday, With or Without You e Pride estão lá, inteironas. Quem ainda aguenta? Três tipo de pessoa, eu suponho – as que nunca foram no show, as que só conhecem essas músicas, e as que comprar até o cocô que o Bono cagar. Fora essas pessoas, durante essas músicas dá para fazer uma ligação (“Galera, abaixa o som aí que eu tô no telefone”), ou levar um kit com lixa, esmalte e acetona para adiantar a manicure. 50% ou mais do show é pura politicagem. Fora do estádio então, é o massacre das petições. Ajudar é bom, mas as vezes a gente se pergunta se aquilo realmente é um show o se foi um equivoco.

Sim, eu sou fã do U2, e já fui a quartro shows da banda, e irei em mais dois. O problema é o U2 ser pintado como só isso – politica. Sou fã de “Boy”, do espetáculo Zoo Tv que, mesmo com uma mega estrutura, contava com um verdadeiro show e músicas que, mesmo a banda se apresentando com uma lona preta no fundo, faria sentido. O U2 faz sentido, mas parece que está se perdendo, se afundando em muito discursos e luzes e pouca música. Não deixo de ser fã, mas não apoio esse tipo de coisa.

Sem mais.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Puxa-frango

Quem assistiu o CQC ficou louco pelo toque do celular do Oscar Filho - o Puxa-Frango do Pica-Pau.
Para irritar aqueles que odeiam toques polifônicos ou para puro prazer pessoal, segue o toque no link abaixo:
http://pqp.vc/1-6g

quarta-feira, 2 de março de 2011

Não é a maquiagem


O problema das novas bandas não é a maquiagem.
O glam rock sempre veio carregado de blush, lápis e muito glitter. David Bowie que o diga, e o seu legado e de muitos da sua época e seu estilo estão aí.
O problema não é ser gay.
As pessoas insistem em rotular os integrantes das novas bandas de gay, no sentido de ofensa. Como se quem fosse gay produzisse algo de muito baixo nível. Sabe Cazuza? Freddy Mercu
ry? Renato Russo?
...Renato Russo! Então...
O problema não é ser pirralho. Michael Jackson começou pirralho. Bono começou o U2 com 17 anos.
O problema é nada. Restart, Cine, Justin Bieber e toda a leva do mesmo saco não tem conteúdo, mas são ótimos produtos pra nova geração. Gente que não sabe a diferença entre "mas" e "mais". Que fala "seje". Que consome bosta e dá risada.

Exagero?


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