segunda-feira, 24 de outubro de 2011

garfo, colher e hashi

Uma das coisas que mais me chocou quando eu era criança foi ter descoberto, por mim mesma, que eu era criança. Quando os pais te repreendem é "coisa de pais". Quando alguém bate palma no seu portão e fala que "quer falar com sua mãe" é burocracia. Quando não se pode ouvir certas conversas é privacidade. Quando há limite de idade para certos locais, é um controle anti-lotação. Quando os irmãos mais velhos não querem você na brincadeira, é marcação - ou, na linguagem atual, pode ser compreendido também como bullying. O problema não é esse.
A coisa pegou quando eu achava garfo horrivel, e só comia de colher. Mas adulto nenhum comia de colher. Descobrir por si mesmo que, de fato, você é uma criança desaponta. E a maioridade conquistada foi, sem dúvida nenhuma, a conquista de comer com garfo e achar colher meio over. Coisa de criança. Seria o hashi a evolução do garfo? - pensei. Seria muito conflito. Seria pensar no garfo como uma adolescência. Ou quem sabe o hashi é simplesmente o lado B, o viva da sociedade alternativa.
Colher over.
Garfo, das massas.
Hashi, so cool.
No fim, os três protagonizam em diversas ocasiões, trazendo os três níveis à uma coexistência etária genial. Os momentos colher, quando decidimos andar no carrinho bate-bate. Assistir aquele programa que ninguém diz que assiste mas todos sabem do assunto no dia seguinte, bem garfo. Ou fazer sky dive no Nepal. Mega hashi.
Ah, a delicia de viver...

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