terça-feira, 13 de abril de 2010

Beijo



E aquele beijo roubado, que te pareceu o fim do mundo, após o coro dos meninos se unirem num sonoro "tá namorando"? Era inocente demais. Os olhares eram inocentes. O pensamento, os gestos, as pessoas. O que dirá o beijo. Só alguns anos depois, um passo do aperfeiçoamento, e alguém diz "ew, que coisa molhada!" Mas a curiosidade persiste. Outro selinho, outro selinho e o beijo de novela. Torceu o pescoço, se achou o tal. Esse deve ter treinado na laranja. Ou pegou a revistinha e viu como treinar no copo com gelo. Busque o gelo! Meu Deus, quem inventou que um beijo se parece com isso?
Primeiro: não é gelado. Não assim. Nem um copo d'água de molhado. Se beijo tivesse gosto de água, pouca diferença faria. E isso você só descobre quando aquele beijo surge, e te leva para muito longe de onde você realmente está. Quando em outros beijos outro igual aquele não há. Aí você descobre que beijo não é água com gelo, muito menos laranja. Pode ser brincadeira de criança, roubado ou bem combinado - beijo sempre será beijo, ou mais - será desejo. Desejo de tornar-se um, seja por minutos ou horas. Desejo para agora ou para sempre- vai depender do beijo, do gosto, do quero mais.
Beijo, sempre beijo. Seja do cachorro feliz, do filho ou do namorado. Transcende as palavras e a própria mente, que mal notou e já estava lá, do outro lado da rua, se perdendo dentro de algo tão simples, mas tão imenso.
Um beijo, até a próxima.
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