terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Chove, chuva

Querenta dias descontrolados de chuva intensa na maior metrópole brasileira. Haja balde para as goteiras da casa, e haja buraco para entrar tanta água. E que haja buraco sim, porque qualquer dia desses, quando o despertador tocar e a gente acordar, vai sentir o corpo flutuando em cima do colchão, provavelmente do lado do colchão do vizinho umas dez ruas abaixo.
Será que o mundo inclinou? Será que alguém chorou? Haja coração partido para tanta água escorrer assim!
Talvez seja melhor aceitar. Navegar pelas águas venezianas, remando, remando... e pedir a mão da bela moça em namoro, ou em casamento (quem sabe isso não acalmaria o aguaceiro?) Ou dançar na chuva, com um guarda-chuva, fechar os olhos, abrir, ver o mundo em preto-e-branco só para entrar no clima, rodar num poste, pisar alegremente nas poças d'água. Ou beijar na chuva. Ou chorar na chuva -- afinal, poderia negar até a morte que eram lágrimas, se quiser.
Chove, chuva. A vida continua -- pode me molhar.
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