terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Obama nas alturas

“Takes a second for your world to change
Sucks you in and spits you out again
Throws you down and picks you up again”
INXS- We are thrown together

Se os EUA pudesse ganhar um apelido, seria o de drama queen. Um exemplo disso são as produções hollywoodianas de catátrofes, que sempre tem como cenário alguma cidade norte-americana. Depois do ataque terrorista às torres gêmeas – muito mais real que os cogitaveis finais do mundo novaiorquino – o país passou a viver no medo, apesar de toda sua fortaleza perante o mundo. Ganhou um presidente que conseguiu o ódio até de quem não era conhecido de nenhum dos milhares que morreram na guerra graças à ele. O país precisava ser salvo, precisava de uma figura heróica além das telas do cinema. Alguém de carne, osso e identidade.
Eis que surge o seu candidato perfeito: um cidadão negro, que começou belamente sua campanha na internet e ganhou a simpatia de todos, com a palavra-chave que o país tanto precisava: esperança. E foi essa tal de esperança que foi depositada, com toda sa força, nas costas do homem que ganhou a presidência dos EUA, Barack Obama. Ele não tinha apenas o EUA – ele tinha o mundo. Os jovens que reclavam de nostalgia do que nunca viveram, a respeito de acontecimentos históricos, viu a ascenção de Obama por todos os meios de comunicação possiveis. Bastava sair de casa, e alguém na rua, do país que fosse, saia com uma blusa, ou um pequeno button, com o bordão do atual presidente: yes, we can.
E então, o homem que foi escolhido como a esperança dos EUA, agora enfrenta o maior índice de desaprovação entre os últimos presidentes país – mais da metade dos pesquisados estão insatisfeitos. Culpa dele? Mesmo?
Será que a culpa de tanta frustração não está nos próprios eleitores, que compraram o produto acreditanto piamente na propaganda? Muita expectativa além da realidade. Seus pés não tocaram o chão.
Além da propaganda do próprio Obama, a mídia também comprou seu heroismo antes da hora, obviamente para lucrar. Textos legais, o comparativo do histórico dos últimos anos, da era Bush, com um futuro prometido, lindo, que no entando nem prova tinha de que iria acontecer. Como exemplo está a revista Exame, que colocou recentemente Obama como sexto colocado dos dez maiores lideres, lembrando que, na próxima seleção, Obama provavelmente nem entraria na lista.
E o prêmio Nobel da Paz? Algum fã de Jack Bauer achou que Obama era David Palmer e, na certeza de que ele era o Enviado, não pensou duas vezes. Não apurou o que ele havia feito, e sim o que representava, e não pensou duas vezes. Nem uma única vez, talvez. Deixou o Google fazer a vez.
E então, qual é o futuro do presidente dos EUA? Já foi elevado e trazido àbaixo pelas mesmas pessoas e meios. Mas isso foi só o primeiro ano. Imagine os próximos…
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