terça-feira, 15 de junho de 2010

Vuvuzelândia


Brasileiro, futebol. Está no sangue da grande maioria da pátria verde e amarelo - motivo de orgulho, povo que mata e morre pelo destino da bola em campo. Mas não aqui.
Minha família - digo família de casa, pais, irmãos e cachorros, principalmente os cachorros - cagam, andam e vão dormir tranquilamente. O esforço máximo numa Copa do Mundo é ligar a TV, assistir, comentar e... quem vai morrer na novela hoje mesmo? Foi assim que eu cresci - dando a mínima, bem mínima para os jogos da Copa. Há oito anos minha melhor amiga torcia para a Alemanha; há quatro, sai com quatro amigos pelas ruas do Tatuapé, todos se recusando a pagar para entrar mesmo nos botecos mais fuleiros que passaram a cobrar entrada para ver o jogo. E na rua vazia, silêncio. Mais alguns minutos, urros. Ainda assim, não foi o fim do mundo, e andamos para minha casa para ver os últimos minutos de jogo.
Esse ano a coisa mudou um pouco. Primeiro porque é de se dar valor à unica coisa que brasileiro leva à sério, se une e comemora, uma união nunca vista. Eu entendo as pessoas que falam que o povo deveria se unir para outras coisas, mas não vamos entrar no mérito, já que levariamos horas (ou dias) teorizando sobre isso. Segundo porque, apesar de entender muito pouco ou quase nada sobre futebol brasileiro, quero muito que a seleção ganhe para o Dunga esfregar na cara do povo que ele é o técnico e sabe o que faz e o que fez quando convocou essa seleção - um típico momento "vocês vão ter que me engolir". Terceiro: entendo também que o Brasil é um país com um incentivo à esportes quase nulo, e que isso tem que mudar, mas já que xingamos tanto que o Brasil nunca vai bem nas Olimpíadas, vamos torcer pelo que há de melhor, não? Em quarto lugar, mas não menos importante, isso é um ótimo motivo para juntar os amigos, compartilhar uma cerveja e se divertir. E é justamente isso que precisamos nesse mundo caótico que vivemos, além do trabalho que se acumulará depois do fim dos jogos. Ou pensou que as horas que você pára não muda em nada? Feliz Natal para você!

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