quarta-feira, 15 de junho de 2011

Onde pagar quanto

Quando passeavamos em lojas de roupas com a minha mãe, ela costumava ter um método eficaz de nos afastar das compras. Era simples: blusa bonita, cara? "Ah, mas que bobeira! Uma costura dessa, consigo fazer em casa". Obviamente cerca de 83,5% das roupas não foram feitas, e 98% tinham o tecido extremamente diferente do visto na loja. Não desmerecendo, jamais, o talento que ela tem, que espalho e desfilo com orgulho. O ponto não é esse.
Essa sindrome do "lá em casa é mais barato" se espalhou.
Indo para o Rio de Janeiro com meus pais, resolvi passar no Bobs da rodoviária para comprar uma porção de batata frita. "O que? R$5 numa mixaria de
batata ruim dessa? Dá pra comprar uns 3 quilos e fazer em casa". Pensamento de gordo e de pobre. Não que meu pai seja pobre, muito menos gordo - pesa menos que eu mesma. O ponto não é esse.
Minha tia gosta de contrariar, mas tem um lema: "me dá em dinheiro". Um dia iriamos todos ao Playcenter e ela pediu a parte dela em dinheiro. "Prefiro gastar isso no shopping". Mas é meio as avessas, preferindo comer um cachorro-quente dos mais cheio de bactérias numa van em qualquer rua do que comprar os ingredientes e fazer em casa. Ou em vez de pagar mais e comprar num lugar - pelo menos aparentemente- mais confiável, comprar dois do "mais pior". Coisa de gordo. E ela era, mas não deixou de ser exatamente por ter parado - a mania continua. O ponto não é esse.
E aí estou aqui trabalhando numa agência onde as pessoas tem uma certa tara por cupcakes (ok, a maioria das pessoas que eu conheço são de fato taradas por cupcake), e olho para aquele muffin emperiquitado com doces e cores, quase uma obra de arte. Quase R$7. Prefiro um pote de Nutela ou duas barras de chocolate. Esse é o ponto: também tô nessa.

Caixa de morango: $2
Nutella: $5
Dá pra fazer um bom estrago.
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