terça-feira, 14 de abril de 2009

A "Justiça"- o caso de David Goldman parte IV

E então, o menino Sean disse que quer ficar, o que não é surpresa. É só você pensar quais recordações você tem do seu nascimento até os 4 anos de idade. Eu, por exemplo, só lembro de coisas que realmente me marcaram, como a morte da minha avó. Algumas outras coisas vagas, mas muito pouco.
Se dos 4 aos 8 você cresce com uma estrutura familiar, tem amigos de escola, tem seus lugares preferidos e a liberdade de ir e vir, por que trocar tudo isso por um lugar desconhecido, com pessoas que você não lembra?
A conclusão do caso Goldman é que o erro vem de longe, e algumas coisas são irreversiveis. Não é agora que o David vai conseguir explicar o porque esteve ausente, o porque não deu certo com a mãe dele, o porque é mais importante que ele largue as coisas dele para ir aos EUA do que o próprio pai largar suas coisas para vir ao Brasil.
O tempo pode ser o remédio em alguns casos- nesse, foi o veneno. E o que o tempo fez, não dá para voltar. E ninguém sai ileso. O menino, indo embora, pode odiar o pai por tira-lo da sua familia. O menino ficando fará ó pai sofrer. A história em sí já prejudicou a imagem dos advogados Lins e Silva. Já interferiu na infância do menino, que não é mais anônimo. Causou dor a familia que perdeu a mãe dele há pouco tempo.
Se a justiça em si já não existe, imagina e a justiça plena, que favorece a todos? Não esperem por isso. Que cada um cure sua dor e enfrente seu futuro.
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