quinta-feira, 2 de abril de 2009

Literalmente

Eu e minha prima, as duas mais novas, sempre eramos afastadas dos males mundanos: os "estranhos", brinquedos perigosos, filmes feios, experiencias mirabolantes, lugares distantes e bebidas alcoólicas. Mesmo sabendo que um dia isso se torna inevitável, evitar o maior tempo enquanto pode é uma grande causa para os adultos. Aí nas festas de casa, sempre tinha alguém com aquela garrafa gigante, rotulada Sangue de Boi. Que nojo. Então eles bebem sangue de boi e ainda falam que a gente não deve tomar? É LOGICO que a gente não vai tomar. Mas se eles tomar, aí tem. Demorou alguns anos para eu me dar conta de que Sangue de Boi não era sangue de boi. Assim como descobri que a bolacha água e sal não era só de água e sal. E não era mesmo: eu misturei água com sal e coloquei no congelador, e não virou bolacha.
Mitos se desfazem, ídolos caem. Quando passávamos na locadora perto de casa, a gente só enxergava Hellraiser. O negócio devia ser muito louco: o cara cheio de prego na cara com uma caixinha surpresa. Mas não, nós não podiamos assitir, teriamos sonhos, alucinações ou, sei lá, o cara da caixinha -substituindo o homem do saco- viria nos buscar. Aí você cresce, assite e solta um sonoro "QUE BOSTA!". 
"Mas eu pensei que..."
Não, não era. Que bosta.
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