terça-feira, 1 de setembro de 2009

Diálogos

- Ei, moça. Me arruma um trocado pra eu pegar o trem?
- Ih, não tenho mesmo, uso só bilhete único, tô sem moeda.
- Então troca, me dá seu bilhete único e fica com as moedas- ele mostrou o que era, no máximo, 50 centavos. E meu bilhete escolar com a quota do mês inteiro.
Fiz cara de simpática.
- Não vai dar.
O farol não abre. As pessoas ao lado finge que eu sou invisível.
- Oh... moça? Eu te amo.
E aí, é a agora que eu sou assaltada? Geralmente as pessoas não consolam a vitima dizendo que ama antes de pegar a bolsa e sair correndo, né?
Ou pior: era um louco, que iria se abraçar comigo e nos jogar no meio dos carros da Radial Leste. E eu que queria tanto me ver formada...
Então ele deu algumas risadinhas, ainda tentou chamar mas, pela força maior, seguiu outra rota. A rota das pessoas que "não me viram". Deve ter encontrado outro amor por lá.
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