sábado, 24 de janeiro de 2009

São Paulo não cabe- 455 anos


São Paulo não cabe na palma da mão- pelo chão, pelas pessoas, por uma imensidão que mal sabemos como cabe em uma única cidade. “São Paulo, aquele país mais próximo do Brasil”, dizia meu professor. É mais ou menos por aí.

Dos 455 anos, vivi 21 aqui. Nasci, cresci e ainda não conheço São Paulo o suficiente. Quando se sai nos tempos vagos- esteja sol, chuva; dia de semana ou lá pelo final dela- há sempre um lugar diferente, para humores e gostos diferentes. É isso que forma a nossa cidade: a diferença. Cabelo roxo ou amarelo, piercings ou crucifixos, um livro de filosofia, uma Bíblia ou um simples tabuleiro de xadrez debaixo do braço- você escolhe. Livrarias para ler, ou dormir. Ou encontrar alguém. Bares para beber, para se distrair, ou para abrir um laptop e trabalhar. Um bairro oriental com idosos e adolescentes, orientais ou descendentes... de espanhóis, ingleses, africanos.

Em São Paulo, você vê bicicletas no céu, garrafas gigantes no rio e vacas nas ruas. Vê 2,5 milhões de pessoas se juntarem para ver o ano passar. Do outro lado do caótico e poluído trânsito, vê um parque gigante, verde e puro. Vê a chuva cair com um grande sol no céu- e, de brinde, um grande arco-íris.

Quando você volta para casa, achando que a cidade se cala e dorme, ela está apenas se preparando para mais um dia. E se preparar para mais um dia pode ser de manhã, à tarde ou à noite. Uma feira de madrugada, um cinema às seis da manhã, todos na sua lotação máxima- essa é a rotina paulistana.

São Paulo não cabe no coração- pelo seu significado, pelo que foi e continua sendo. Talvez por ser paulistana isso seja fácil de dizer, mas tenho certeza que falo por muitos que não nasceram e até mesmo nem moram aqui. A cidade que, por tantas qualidades, nos faz deixar de lado qualquer defeito que impeça declarar o nosso amor.

Feliz 455, São Paulo.

Web Analytics