quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Maresias...

... e outros luxos que, de vez em quando, a gente deve se permitir.


Sexta-feira Deus disse:
- Vou derrubar toda água hoje, aí vocês vão de boa amanhã.
- Obrigado, Deus, serei uma boa menina- eu respondi.
- Sei, sei.

Sabado então pegamos a (longa) estrada para Maresias, com direito a risóleo, cachoeira e um vento básico que quase nos derrumou montanha abaixo.
Passamos por Mogi, Bertioga, New York, Milão, Boiçucanga e, finalmente, chagamos à Maresias.
Aliás, uma curiosidade: passam dois onibus pela avenida: um para Boiçucanga, outo para Boissucanga. Será que é uma passagem secreta para outro mundo? Infelizmente, não pude ter certeza.
Mas fato é que o sol estava queimando de tal forma, que a areia queimava fácil a sola do pé. Para comprar algo para beber ou comer a gente corria como aquelas competições, que o cara dispara num salto e encosta os pés o mais longe o possível. Nesse caso, a gente se jogava na areia que estava na sombra, menos quente.

As vantagens de uma praia civilizada:

- Você vê seus pés no fundo da água, com a interrupção de, no máximo, uma folhinha boiando no mar;
- A probabilidade de encontrar uma pessoa bonita é bem maior;
- Não existe superlotação de pessoas, guarda-sois muito menos lixo na areia.

O engraçado é que, com a "globalização" paulistana, não há muita coisa que se venda na praia que não tenha em São Paulo. Antes você comprava uma bijuteria exclusiva e tirava vantagens de "comprei na praia". Hoje dificilmente você não acha o mesmo que tinha na praia na porta da faculdade- ou ainda mais fácil, na 25 de Março. Mas, de qualquer forma, saí de lá com uma pulseirinha artesanal.
Mas diferente da nossa grande cidade, o ambiente praiano te tira da verticalidade e poluição (em todas suas formas). Casas pequenas, comérico pequeno, igreja pequena, pousadas e mais pousadas, como casinhas de Barbie- além das sutís mansões nos morros.
De noite conhecemos o Sirena- uma das mais badaladas baladas do litoral, do mesmo dono da Pacha de São Paulo. Bom, o lugar de fato é bem bonito e grande, e é muito legal sentir o chão de madeira tremer durante a discotecagem. Mulheres: modelos posers- muita frescura e "se-achismo", fato. Homens: uma variação. Encontramos Jesus, puxando para uma dança bem louca; Steven Seagal, vulgo Sidney Magal, que na verdade pensava que era Deus; um espanhol que falava coisas mais compreensíveis que um brasileiro e um garoto que sentia feromonios.
Fora o melhor da noite, que foi um "bebado" (entre aspas, porque ele excedeu este estado). Ele fez uma narrativa bem interessante de um astronauta que estava debaixo do chão de madeira procurando um anel.

- Que anel?- perguntamos.
- O dele, oras. Deixou cair no vão, agora está lá embaixo procurando.

Steven Seagal garantiu a diversão do dia seguinte- deu o ar da graça na praia, e a cada vez que ele surgia o hit de Tubarão era substituido por "Sandra Rosa Madalena". Alguém cantou Magal, era perigo por perto e cuidado redobrado.
Mas a diversão não acaba por aí- o Bob's da praia também completou o dia. Sua batata e lanche é montado com a calma que nem Salvador ganha.

- O chá dela é com limão ou sem?- perguntou o funcionário.
Eu perguntei e ela respondeu alto - sem.
- Com ou sem?- ele perguntou de novo.
- Sem- respondi.
Uns 20 minutos mais tarde, surge um mate com limão no balcão. E aí, jow? E se a menina fosse cega, alérgica e estivesse sozinha? Seria fatal.
Mas, no final das contas, viajar por dois dias foi a sensação de férias prolongadas.
Quando cheguei em casa, tinha três picadas de abelha no meu pé, e eu nem senti quando aconteceu.
Interessante.
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