domingo, 16 de maio de 2010

Comer, rezar amar

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" - Chico Xavier.

Entrei na Livraria Cultura há pouco tempo e fiquei paquerando aqueles livros pequenos importados de obras famosas. Para desatrofiar um pouco meu inglês, levei "Eat, Pray, Love" (Comer, Rezar, Amar - R$15 para os interessados).
Mulher adora ler história de outras mulheres, dos desastres aos êxitos, porque aqui ou ali há uma identificação, um dejavù ou uma bússola. "Comer, rezar, amar" é basicamente isso. Não chega a ser um livro de auto-ajuda, mas um pouco de reflexão. Ainda estou no primeiro capitulo, quando Liz explica o divórcio do marido, o encontro de um novo amor fulminante - mas com pouca chance de dar certo -, a depressão que passou e os deleites que resolve ter no país dos seus sonhos, a Itália.
A identificação começa quando Liz decide por um fim no casamento que já não suportava mais. Acho engraçado quando ela diz que tentava engravidar, formar uma família, mas cada vez que o teste dava negativo ela agradecia "um mês a mais de vida". Depois ela explica o quanto tinha vontade de aprender italiano, mesmo que aquilo não se aplicasse a nada na sua vida (para crescimento profissional, assim por dizer). Não, eu não passei por nada exatamente assim, mas pensando no conceito você se pega pensando sobre certas coisas que, perante a sociedade, ou principalmente a família, tem valores absolutos mas nem sempre trazem satisfação própria. Então toda mulher tem que casar? E o casamento, é para sempre? Depois, é obrigado ter filhos, formar uma família? Todas as coisas da sua vida devem ser feitas sempre com um propósito maior, ambicioso, mesmo que isso te desgaste? No final, se você errar, não pode recomeçar?
Muitas vezes somos obrigados a abrir mão de muitas coisas que adorariamos, que traria satisfação própria, mas nem sempre essa satisfação deve ser deixada de lado. Deve haver um equilíbrio. Obviamente algumas pessoas tem mais chances do que as outras de literalmente fazer só aquilo que gosta - é só ver a própria história da Liz, que passa meses na Itália satisfazendo aquilo que te dá prazer sem grande moralismo. Não é para muitos, lógico. Mas acho que não precisamos ir tão longe, levar ao pé da letra. Até porque acredito piamente na felicidade em pequenas coisas. E acho que todo mundo merece isso. Veja o que você quer, analise as possibilidades, corra atrás. Me sinto nessa fase agora. E acho que a minha Itália está bem, bem próxima.
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